O equipamento torna a prática de mergulho, que é muito comum na ilha, ainda mais segura
A Superintendência de Saúde da Administração de Fernando de Noronha ofereceu, entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro, o curso de Operador de Câmara Hiperbárica para instrutores de mergulho das operadoras Atlantis Divers e Noronha Divers, médicos e enfermeiros do Hospital São Lucas.
A câmara hiperbárica chegou a Noronha através de uma parceria entre a Administração da ilha, que disponibilizou o espaço para a sua instalação, e a Associação Noronhense de Empresa de Mergulho Autônomo (Anema), que adquiriu o equipamento médico utilizado em casos de acidentes de mergulho, quando ocorre a chamada “doença descompressiva”, situação em que é necessário realizar a oxigenoterapia hiperbárica (OHB).
No arquipélago, só no Parque Nacional Marinho, em 2023, segundo dados repassados pela Anema, foram realizados, aproximadamente, 30 mil mergulhos autorizados e certificados, e o equipamento é de suma importância para reforçar os cuidados da prática na ilha.
Para Antônio Gomes, da Anema, o número de acidentes de mergulho na ilha é muito pequeno, mas é necessário ter um equipamento que consiga tratar uma eventual ocorrência.
Nesse tratamento, o paciente respira oxigênio puro em um ambiente pressurizado a níveis superiores à pressão atmosférica normal. Além dessa situação, a terapia pode ser usada para tratar uma variedade de condições médicas, como feridas de difícil cicatrização e infecções graves, entre outras.
As aulas aconteceram no auditório do PSF e no Hospital São Lucas e foram ministradas por Eduardo Vinhaes, médico com formação em Emergência e Medicina Hiperbárica, coordenador de pós-graduação em Medicina Hiperbárica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, mergulhador certificado desde 1982, além de instrutor de mergulho.
Para ele, o curso foi um grande sucesso, com muito engajamento. “Trouxemos uma capacitação completa, detalhada, e com todo mundo aprendendo a operar de forma responsável, inclusive na prática, utilizando eles próprios a câmara”, afirmou, acrescentando que “trata-se de um equipamento que é considerado de alta tecnologia e que necessita de um treinamento específico”.
Maria Teresa Pinheiro, diretora do Hospital São Lucas, também participou da capacitação e se diz muito feliz em resgatar a parceria com a Anema e com a realização do curso. “Para nós, resgatar esse equipamento é de grande importância, não só para a comunidade, que é 100% voltada ao turismo, como também para os turistas que praticam o mergulho, se sentirem mais seguros. Nossa equipe trabalha com a prevenção, mas, após esse curso, se acontecer qualquer intercorrência, saberemos como agir”, enfatizou a diretora.
A partir de agora, a câmara hiperbárica funcionará 100% e a equipe que fez o treinamento vai se reunir, mensalmente, para fazer o check-up do equipamento e simulações. O primeiro encontro já está agendado para o próximo dia 20 de setembro.