“ÁUDIO DE DALLAGNOL É PROVA CABAL DA PARCIALIDADE DA LAVA JATO”, DIZ HUMBERTO

Sumido há quatro dias das redes sociais, onde costuma ser atuante, o procurador Deltan Dallagnol foi duramente cobrado pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), nesta quarta-feira (10), por sua atuação política à frente da operação. 
 O senador cobrou novamente o afastamento do coordenador da Lava Jato no Paraná e do ex-juiz Sergio Moro, exigiu que sejam investigados e declarou que Deltan deverá ser convocado a depor no Senado, já que faltou a um convite para falar na Casa.
 Ontem, Humberto assinou o requerimento de criação da CPI para investigar o escândalo “Vaza Gate” e desnudar os meandros do mecanismo que capturou o Estado brasileiro para usá-lo em favor de projetos políticos e pessoais. 
 O parlamentar afirmou que o áudio “com a voz inconfundível” de Dallagnol, divulgado pelo site The Intercept, é mais um fato de alta gravidade sobre o submundo da Lava Jato.
 “É um escândalo de gigantesca proporção, uma imundície sem precedentes”, sublinhou.
 Segundo ele, pela primeira vez, veio à tona a voz de um dos envolvidos na trama sórdida da operação que não deixa dúvida sobre a militância política que movia seus integrantes. 
 “Será que foi um hacker que entrou nas cordas vocais de Dallagnol e gravou aquele áudio de voz inconfundível e inimitável? Será que aquela fala com uma cretina comemoração pelo tolhimento da liberdade de um cidadão foi adulterada? Essa turma está nua, está desmascarada”, sentenciou.
 Na avaliação do parlamentar, é inaceitável que Dallagnol ainda não tenha sido afastado pelo Ministério Público Federal, juntamente com seus colegas que disseram textualmente que temiam a volta do PT à Presidência da República.
 Ele entende que também é inadmissível que Moro ainda não tenha sido demitido e pose na condição de vítima, quando deveria estar sendo investigado. 
 “Estamos diante de uma prova cabal do envolvimento dos agentes da Lava Jato, todos coordenados diretamente por Moro, em uma articulação para prender Lula e lhe retirar os direitos políticos e das eleições e impedi-lo de falar com a liberdade que a Constituição assegura. É aterrador o que a chamada República de Curitiba fez com o Estado democrático de Direito”, observou.
 O líder do PT no Senado acredita que o partido não foi derrotado por Bolsonaro na eleição, mas sim para um grupo que se instalou no seio do Estado para usar a estrutura estatal deliberadamente contra a sigla.
 De acordo com Humberto, Moro já galgou um primeiro degrau de sua visível sede de poder, quando negociou vantagens e benesses e aceitou ser empregado de Bolsonaro, que ele suou a toga para ajudar a eleger.
 “Agora, Moro vai ter que responder aqui o que mais ele pediu em troca da prisão de Lula e da subversão da Constituição e das leis para montar seus planos próprios. Uma cadeira no Supremo? Apoio para concorrer à Presidência da República em 2022? A ser vice numa chapa com seu chefe?”, disparou.

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