A Luta Pela Representatividade de Pessoas com Deficiência em Caruaru

Foto:Reprodução.

Artigo; Fernando Causa

No Brasil, cerca de 18,6 milhões de pessoas vivem com algum tipo de deficiência, enfrentando diariamente barreiras sociais, econômicas e educacionais que limitam sua plena participação na sociedade. Segundo dados do IBGE de 2022, essa parcela significativa da população sofre com o menor acesso a oportunidades essenciais, um reflexo claro das injustiças sociais e do capacitismo estrutural profundamente enraizado no país.

Caruaru, uma importante cidade do estado de Pernambuco, exemplifica essa realidade de forma gritante. Apesar de sua relevância, não há representação de Pessoas com Deficiência (PCDs) na câmara de vereadores local. Essa ausência de voz política dificulta ainda mais a luta por direitos e inclusão, perpetuando um ciclo de invisibilidade e exclusão.

A história é testemunha das atrocidades cometidas contra PCDs. Durante o regime nazista, aproximadamente 200 mil pessoas com deficiência foram brutalmente assassinadas em uma campanha de eugenia desumana. Na antiga Roma, a marginalização e o sacrifício de PCDs eram comuns, e a Lei Mosaica impunha diversas restrições à participação dessas pessoas em rituais e espaços sagrados, proibindo-lhes até mesmo a entrada no templo por serem considerados “aleijados”.

A exclusão continua nos dias atuais, manifestando-se de maneira mais sutil, porém igualmente cruel. Pré-candidatos a vereadores sem deficiência frequentemente tentam levantar a bandeira da causa das PCDs sem nenhuma vivência real do que é necessário para superar as barreiras cotidianas. Eles nunca experimentaram as dificuldades de usar um transporte público com plataformas inadequadas, não conhecem a realidade de quem depende de cadeira de rodas, bengalas, andadores, aparelhos auditivos ou símbolos como o cordão de girassol ou do autismo.

Nunca precisaram de uma cama hospitalar ou enfrentaram os desafios de ser mãe de uma criança com deficiência. Essa falta de experiência e empatia resulta em políticas públicas desconectadas das reais necessidades da comunidade PCD, perpetuando um ciclo de negligência e abandono.

Fernando Acessibilidade, um ativista incansável, resume essa luta ao vestir a camisa da causa e ostentar um sorriso de labuta. Ele representa a resistência e a determinação de uma comunidade que, apesar de todas as adversidades, continua a lutar por um lugar de respeito e igualdade na sociedade.

Como o filósofo inglês Thomas Hobbes afirmou, “O homem é lobo do próprio homem”. Essa frase ecoa a necessidade urgente de uma transformação social que não apenas reconheça, mas também valorize a dignidade e os direitos das pessoas com deficiência.

A verdadeira inclusão só será alcançada quando todos, especialmente aqueles em posições de poder, compreenderem e vivenciarem a realidade das PCDs, construindo juntos uma sociedade mais justa e equitativa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *