Delegado Rômulo faz moção de repúdio contra vereadora de Arcoverde sobre declaração de que “mãe com filho deficiente é castigo de Deus”

Foto:Cortesia.

Vereador declarou apoio aos edis de Arcoverde que solicitarem a cassação de mandato de Zirleirde Monteiro e pediu que o Ministério Público de Pernambuco a acione criminalmente por ter ferido o Estatuto da Pessoa com Deficiência

Na Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores de Belo Jardim, nessa terça-feira (31), o vereador Delegado Rômulo expressou verbalmente uma moção de repúdio contra a vereadora de Arcoverde Zirleide Monteiro, que deu declarações preconceituosas, durante discurso em Plenário, afirmando que o filho com deficiência de uma opositora era “castigo de Deus”. O caso foi amplamente divulgado e gerou repercussão em todo o país.

De acordo com o Estatuto Brasileiro da Pessoa com Deficiência, amparado pela Lei nº 13.146, de 2015, a fala da vereadora de Arcoverde feriu os dispositivos destinados a assegurar e a promover em igualdade de condições com as demais pessoas, a cidadania e dignidade das pessoas portadoras de alguma deficiência. A afirmação da vereadora causou indignação no delegado por agredir a dignidade humana, mas teve um peso maior por ele ter um filho com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

“Ela agiu de forma criminosa e preconceituosa, praticando um crime, inclusive, previsto no Estatuto da Pessoa com Deficiência, que é apenado de um há três anos de reclusão. O que me deixa mais revoltado, é que sou pai de uma criança autista. Ela mostrou o seu preconceito e falta de conhecimento do que é o autismo, que não é uma deficiência ou doença”, declarou delegado Rômulo.

Em seu discurso, Rômulo mostrou seu posicionamento de maneira firme e com vigor, solicitando e apoiando aos demais edis da cidade de Arcoverde para entrarem com um pedido de cassação de mandato de Zirleide, bem como acionamento criminal por parte do Ministério Público de Pernambuco e de Associações de mães de crianças autistas e deficientes. Em sua carreira como Delegado Regional, Rômulo atuou por oito anos em Arcoverde, garantindo o direito à segurança de toda a população daquele município.

“Ela conseguiu em uma fala, no mínimo, muito mal colocada, ofender a todos nós (pais e mães de crianças com deficiência). Ter uma criança autista não é um castigo de Deus, é uma benção. Eu não vou chamar a senhora de colega, porque não quero ter uma colega como a senhora. A senhora não merece ocupar o cargo de vereadora”, finalizou Rômulo.

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